4 de dezembro de 2012

Cotas ou educação pública de qualidade?



Produzir o Jornal InfoCampus é muito mais do que prestar informações ao público leitor, é manter conta­to com a prática da atividade jornalística, conhecendo o desconhecido e seus desafios. Um grande desafio que a equipe do jornal enfrentou, para manter esta edição atualizada, foi a greve dos docentes e técnicos das universidades federais, que paralisou as ativida­des por 120 dias.

Uma das principais matérias desta terceira edição é sobre a lei de cotas, que determina a reserva de 50% das vagas de instituições federais de ensino superior a alunos oriundos de escolas públicas, e que será efetivada de forma gradativa a partir de 2013. As vagas serão divididas entre estudantes autodeclarados negros, pardos e índios e aqueles de famílias com renda igual ou menor a 1.5 salários mínimos por pessoa. A Universidade Federal de Mato Grosso, porém, já havia aprovado internamente o sistema de cotas em outubro de 2011. O tema é polêmico, com muitos prós e contras, por isso a matéria inclui opiniões diversas e situa o leitor, possibilitando a ele compreender e tirar suas próprias conclusões.

Com relação à reserva de vagas pelo sistema de cotas em universidades federais, não se pode voltar atrás, a lei está sancionada e as instituições deverão seguir as normas estabelecidas. Porém, se problemas como a qualidade da educação básica e a melhoria na distribuição de renda estivessem sendo minimizados, os jovens interessados em prestar vestibular estariam mais preparados e aptos para buscar um curso superior em uma universidade pública. Assim, não seria necessária a implantação de um sistema de cotas para oportunizar aos de menor renda o ingresso na universidade, com a ideia de inclusão social. A indagação é: será que o governo brasileiro está preocupado em melhorar a educação do país ou quer apenas dar ‘oportunidade’ de ingresso em universidades públicas  mostrando o quão inclusivo é nosso país, o quão excelente é nossa educação e como é fácil para nosso povo ter uma formação superior?

Não se sabe o que passa pela cabeça dos nossos governantes. Uma hora defendem a educação de qualidade, outra, criam um sistema que favorece uma parte da população, maquiando um dos grandes problemas do país, a educação básica pública brasileira. Aprendizado deficitário e alto índice de reprovação são rotina nas escolas. Pesquisas mostram que 60% dos estudantes do 5º ano não conseguem interpretar um texto simples e fazer cálculos. Os profissionais da educação recebem baixos salários e enfrentam as dificuldades diárias no ambiente escolar, como falta de condições de trabalho e de qualificação.

A sociedade precisa se mobilizar para a importância que a educação exerce no país. Se todos fossem bem educados, independente de raça, cor ou classe social, a igualdade de oportunidades estaria evidente.

Equipe Jornal InfoCampus

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