Produzir
o Jornal InfoCampus é muito mais do que prestar informações ao público leitor,
é manter contato com a prática da atividade jornalística, conhecendo o
desconhecido e seus desafios. Um grande desafio que a equipe do jornal
enfrentou, para manter esta edição atualizada, foi a greve dos docentes e
técnicos das universidades federais, que paralisou as atividades por 120 dias.
Uma das
principais matérias desta terceira edição é sobre a lei de cotas, que determina
a reserva de 50% das vagas de instituições federais de ensino superior a alunos
oriundos de escolas públicas, e que será efetivada de forma gradativa a partir
de 2013. As vagas serão divididas entre estudantes autodeclarados negros,
pardos e índios e aqueles de famílias com renda igual ou menor a 1.5 salários
mínimos por pessoa. A Universidade Federal de Mato Grosso, porém, já havia
aprovado internamente o sistema de cotas em outubro de 2011. O tema é
polêmico, com muitos prós e contras, por isso a matéria inclui opiniões
diversas e situa o leitor, possibilitando a ele compreender e tirar suas
próprias conclusões.
Com
relação à reserva de vagas pelo sistema de cotas em universidades federais, não
se pode voltar atrás, a lei está sancionada e as instituições deverão seguir as
normas estabelecidas. Porém, se problemas como a qualidade da educação básica e
a melhoria na distribuição de renda estivessem sendo minimizados, os jovens
interessados em prestar vestibular estariam mais preparados e aptos para buscar
um curso superior em uma universidade pública. Assim, não seria necessária a
implantação de um sistema de cotas para oportunizar aos de menor renda o
ingresso na universidade, com a ideia de inclusão social. A indagação é: será
que o governo brasileiro está preocupado em melhorar a educação do país ou quer
apenas dar ‘oportunidade’ de ingresso em universidades públicas mostrando o
quão inclusivo é nosso país, o quão excelente é nossa educação e como é fácil
para nosso povo ter uma formação superior?
Não se
sabe o que passa pela cabeça dos nossos governantes. Uma hora defendem a
educação de qualidade, outra, criam um sistema que favorece uma parte da
população, maquiando um dos grandes problemas do país, a educação básica
pública brasileira. Aprendizado deficitário e alto índice de reprovação são
rotina nas escolas. Pesquisas mostram que 60% dos estudantes do 5º ano não
conseguem interpretar um texto simples e fazer cálculos. Os profissionais da educação
recebem baixos salários e enfrentam as dificuldades diárias no ambiente
escolar, como falta de condições de trabalho e de qualificação.
A
sociedade precisa se mobilizar para a importância que a educação exerce no
país. Se todos fossem bem educados, independente de raça, cor ou classe social,
a igualdade de oportunidades estaria evidente.
Equipe Jornal InfoCampus
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