25 de novembro de 2011

Violência escolar: responsabilidade da família ou da escola?

Cristiane Gomes Silva
Estudante do 6º sem. de Jornalismo e
professora da Escola Estadual São Miguel.

Nos últimos anos vimos aumentar a violência nas escolas de todo o país.  Realidade que devemos enfrentar com “jeito”, para também não nos tornarmos vítimas dos agressores.
Geralmente os sujeitos dessa ação têm acesso livre dentro das instituições de ensino, e quase sempre são alunos ou ex-alunos do local, como o último o menino de 10 anos que atirou na professora e se matou, em São Caetano do Sul - SP e no caso do massacre de Realengo, acontecido em abril, no Rio de Janeiro. Mas o que leva nossos estudantes a serem tão violentos? Pode ser a desestrutura familiar, não mais composta por pai, mãe e filhos, que transferem a obrigação de educar os filhos aos avôs ou responsáveis, muitas vezes sem estrutura básica para tal missão, e aos professores nas escolas.
Segundo o jornal Primeiro de Janeiro, Portugal, publicado no Portal da Família em 06/02/2007, especialistas em educação concluem, que o aumento da violência escolar se deve em parte a uma crise de autoridade familiar, onde os pais renunciam a tarefa de impor disciplina a seus filhos, remetendo-a para os professores.
Um evento realizado em Valência, na Espanha, reuniu especialistas internacionais debatendo o tema: “Família e escola: um espaço de convivência”. Os participantes do evento afirmam que é necessário evitar que o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas. O filósofo Fernando Savater, um dos participantes do evento, afirma que “as famílias não são o que eram antes, um núcleo muito amplo”. Quando os professores tentam ter esse papel disciplinador, “são os próprios pais e mães, que não exercem essa autoridade sobre os filhos, que intentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os”.
Pesquisas demonstram que a ausência de uma estrutura familiar deixa nossas crianças vazias de sentimentos e de atenção, razão pela qual procuram reafirmar enquanto sujeitos de uma realidade que os julgam apenas pela aparência, pelo simples fato de serem diferentes dentro de um grupo social. Essas construções acabam regulando a convivência e produzindo marcas que imprimem comportamentos ou modos de ser nas histórias sociais de cada sujeito.
Diante dessa realidade se faz necessário encontrar caminhos e medidas para diminuir e prevenir a violência nas escolas. É preciso resgatar valores que se transformaram dentro de um mundo marcado pela diversidade e, entender que lidando com as diferenças podemos promover a autonomia, o respeito às singularidades, ter esperanças e sonhar com formas diferentes destas que apenas ditam saberes. Entender que a escola é um lugar de formação, de perspectiva para uma vida mais estruturada, palco de experiências e práticas de cidadania, considerada até pouco tempo um lugar seguro.

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Texto: Cristiane Gomes Silva


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