11 de dezembro de 2010

Abracadabra: Magia por meio da leitura

Por meio do trabalho lúdico, O Grupo Abracadabra: contadores de história, incentiva o hábito da leitura.

Integrantes do Abracadabra confeccionando materiais
pedagógicos
Há 16 anos, toda sexta-feira, pela manhã, o Saci-Pererê, a boneca Emília, a Chapeuzinho Vermelho e tantos outros personagens da literatura infanto-juvenil, ganham vida, nas interpretações do Grupo Abracadraba. O projeto, formado por alunos e docentes da UFMT e professores da rede pública de ensino, fazem adaptações de histórias infantis para apresentações em escolas da região. O objetivo é estimular o hábito da leitura em jovens e crianças.
Tudo começou em um barracão utilizado como depósito de materiais para construção da sede definitiva da UFMT, Campus Pontal do Araguaia, com o término da obra, o barracão sem utilidade, tornou-se  um canto morto dentro de um ambiente de construção do conhecimento. Sensibilizada, a professora Sônia Maria da Silva Rezende viu naquele espaço, uma oportunidade de aproximar a universidade da comunidade. 
Sônia Rezende, pertencia ao quadro docente do Departamento de Letras da UFMT e era a especialista em literatura infanto-juvenil.
A especialização cursada e sua vivência na educação pública, permitiram à professora diagnosticar o cenário precário de leitura existente nas salas de aulas. Com auxílio dos professores  Nilmar de Aquino e Orlandina Marques de Farias, Sonia Rezende cria em 1994, o Grupo Abracadabra: contadores de histórias.
Atualmente, o grupo conta com 40 componentes, entre professores e acadêmicos, que desenvolvem atividades que vão da escolha da história, elaboração do material pedagógico, ensaios e apresentações. A coordenação é realizada pela professora mestre Maria Claudino da Silva, integrante do grupo desde sua fundação. 
Segundo a coordenadora, as histórias são selecionadas de acordo com a afinidade que cada integrante tem com elas. Após sua escolha, os contadores elaboram o material pedagógico, os quais são confeccionados com artigos reciclados, a serem utilizados na hora da apresentação. Para a integrante Simone Silva Santos “o material é o elo entre a criança, o contador e a imaginação. Ele nos permite dar vida a “personagem.” 
Os encontros acontecem uma vez por semana, na universidade, com o intuito de preparar as apresentações, já estas ocorrem de acordo com uma programação estabelecida.
Grupo Abracadabra realizando apresentação durante
a IV Mostra de Cursos do Campus Universitário do Araguaia.
Para a professora Maria Claudino, o que gratifica tanto esforço, é poder presenciar o encantamento que as crianças sentem no momento em que estão ouvindo as histórias. “É como se elas se transportassem para o mundo encantado da leitura e se tornassem as personagens de cada história contada”. Lembra ainda, que a construção de um leitor leva tempo. No entanto, é perceptível a mudança das crianças quanto ao interesse pela leitura  e o desenvolvimento escolar, já nas primeiras semanas.
Para Lucas Baracho Sousa, integrante do Grupo e acadêmico bolsista do projeto, a criança é dotada de uma sensibilidade muito grande e isso proporciona o sucesso do trabalho, “na criança não há uma linha limítrofe entre o real e o imaginário, e por isso, a história é realmente vivenciada”.
Ao longo desses anos o Grupo Abracadabra teve a oportunidade de ajudar muitas crianças a se perceberem leitoras. Porém, hoje é o próprio Grupo que necessita de ajuda, “com a construção do novo campus o Grupo perdeu o seu espaço para os ensaios e enfrenta dificuldades com a falta de transporte, para os integrantes”, ressalta Simone Silva Santos.


Heloisa Miranda, Lorrana Carvalho e Paula Nonato.

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