21 de novembro de 2011

Matemática pode auxiliar na redução das mortes e na prevenção de dengue e malária na região.

Lembra daquelas equações, que misturam números e letras, que aprendemos na escola?  Você já imaginou que elas pudessem ser utilizadas para estudar a dinâmica de algumas doenças e auxiliar na redução da mortalidade e na prevenção de malária e dengue? Sim, elas são muito mais que fórmulas, e podem ajudar a vida em sociedade. Esse é um dos objetivos de uma pesquisa que está sendo realizada pelo professor do Curso de Matemática da UFMT, Campus Universitário do Araguaia, Jocirei Dias Ferreira, em parceria com o professor  Vadrevu Sree Hari Rao, da Universidade Tecnológica  Jawaharlal Nehru, de Hyderabad, na Índia. 
O trabalho busca desenvolver e aperfeiçoar modelos matemáticos - com certeza, mais complexo que aqueles que aprendemos na escola - que possam explicar dinâmicas da vida real, relacionados à dinâmica das populações (número de indivíduos de uma mesma espécie que vivem numa região),  que é a descrição da forma como varia o grupo de populações em um ecossistema ao longo do tempo. Devido a grande incidência de indivíduos infectados por dengue e malária no Mato Grosso e na região de Barra do Garças, essas doenças tornaram-se um dos focos principais dos pesquisadores. Nesses modelos, que visam mostrar as dinâmicas da malária e da dengue na região, as populações consideradas são os mosquitos e os seres humanos.
 Os modelos matemáticos que estamos estudando são aqueles que descrevem os fenômenos de forma determinística, isto é, nos quais os comportamentos das populações (quantidade de indivíduos)  futuras podem ser determinadas uma vez conhecidas as populações atuais, explica Jocirei.  Conhecendo esses processos, os pesquisadores poderão dizer agora o que irá acontecer no futuro, projetar procedimentos efetivos de controle e mostrar a sociedade o que irá acontecer se as medidas prevenção não forem seguidas.  Além disso, podem colaborar com autoridades sanitárias no controle da propagação da enfermidade no período de maior incidência, de prevenir e reduzir a letalidade da doença. Uma sociedade bem informada e consciente do perigo que a doença pode trazer, começa a tomar medidas de controle mais severas. Isso leva um tempo, porém se este objetivo for alcançado, obteremos controle efetivo da doença. É o que mostram estudos realizados pelo Dr. Rao, em comunidades da Índia e África do Sul., evidencia o pesquisador da UFMT.
Professores Vadrevu Sree Hari Rao e Jocirei Dias Ferreira
Para construir esses modelos matemáticos, os pesquisadores utilizam-se de dados relativos a incidência da doença, considerando a época de maior incidência, características clinicas e investigações laboratoriais dos indivíduos afetados e cuidados oferecidos pelos hospitais. Os dados coletados são dos últimos 5 anos. Nos modelos matemáticos propostos estão sendo estudadas várias propriedades qualitativas, como: existência, estabilidade, comportamentos periódicos e  oscilatórios dos processos envolvidos.
Este projeto de pesquisa tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), teve inicio em setembro de 2009 e encerramento em dezembro desse ano. Para a realização dos estudos, o professor indiano Vadrevu Sree Hari Rao, que é especialista no desenvolvimento de modelos matemáticos de predição de doenças infecciosas e problemas do mundo real, esteve no Brasil em julho de 2010 e o professor da UFMT, Jocirei Dias Ferreira está na Índia de agosto a outubro desse ano.  


______________
Patrícia Kolling

0 comentários: