19 de agosto de 2013

Projeto alia robótica a educação

“É muito importante a interface humano-máquina. A maior dificuldade que nós temos hoje é fazer com que a máquina entenda o que você quer que ela faça. Nesse projeto a gente trabalha
diretamente com isso.” Paulo Lima, bolsista voluntário.

Robô realiza atividade de busca em profundidade,
 como pegar uma bolinha
Ao nos depararmos com a palavra robótica, a primeira coisa que nos perguntamos é: “O que é isso?”. A robótica nada mais é do que um ramo educacional e tecnológico dentro da computação, que, aliado à mecânica, informática, automação, hidráulica e inteligência artificial, cria robôs. Estes são dispositivos, que, através de programas, desenvolvem atividades humanas de maneira autônoma.
O curso de Ciências da Computação do Campus Universitário do Araguaia, tem desde 2008, um projeto de pesquisa em Robótica Educacional, sob coordenação da professora doutora Livia Lopes Azevedo. O projeto visa desenvolver atividades de robótica educacional aliadas ao uso de ferramentas para a construção de protótipos de robôs, como os kits programáveis LEGO Mindstorms, que são uma linha de peças montáveis usadas na educação tecnológica.
O projeto de Robótica Educacional é um aliado dos estudantes de ciências da computação, que, através de conceitos de lógica e programação, podem desenvolver as noções básicas aprendidas em sala de aula. Atualmente conta com três bolsistas de iniciação científica, dois remunerados e um voluntário. Para eles a atividade auxilia na compreensão do conteúdo e facilita o conhecimento teórico-prático das disciplinas do curso. A acadêmica, Leila Gava, diz que o projeto a deixou mais ativa e a motivou a pesquisar mais. Para Paulo Lima, bolsista há um ano, “Esse é um dos poucos projetos em que o aluno pode aplicar todo o conhecimento que adquiriu em sala de aula. Ele se torna um difusor de conhecimento”.

A pesquisa

O projeto de pesquisa é focado na área da programação de robôs. Como simplifica Leila, “É como se colocássemos um cérebro no robô. Ali estão instalados os programas contendo as atividades a serem desenvolvidas pela máquina”. Na teoria tudo parece fácil, mas na prática não é tão simples. Os robôs precisam estar em constante manutenção, sendo necessário sempre ajustar seus motores e sensores. A tarefa torna-se mais difícil, pois existe pouco material em português para realizar as manutenções, e é necessário ter o domínio da linguagem técnica de programação em inglês. Mas, essa não é a única dificuldade enfrentada pelos bolsistas, como explica Paulo: “Para conseguir que o robô faça a atividade, através da linguagem de programação, sem interferência externa, é necessário muito trabalho. Um pequeno erro na linguagem de programação, pode resultar em uma ação incorreta ou inesperada do robô”.
Os robôs produzidos por eles, com o Kit LEGO, são protótipos simples e o material é de fácil acesso e baixo custo já que a montagem é realizada com pecinhas de plástico.
Gil Romeu, bolsista do projeto, desde 2011, destaca que faltam profissionais dessa área no mercado de trabalho brasileiro: “Quando se fala em robótica, todo mundo pensa que é uma coisa muito complexa, só para os japoneses”, brinca. “Hoje em dia com esse kit que usamos todo mundo está tendo acesso, e vendo que é possível trabalhar.”
Bolsistas se reúnem semanalmente para desenvolver a pesquisa
“A robótica está inserida no mercado para facilitar nossas vidas, nos oferecer comodidade”, resume a acadêmica Leila Gava. Ela destaca que são muitos os robôs criados para executar tarefas até então realizadas apenas por humanos. Como exemplo, cita aqueles criados para substituir a mão de obra dos operários em indústrias. Pessoas alérgicas a pelos de animais domésticos podem ter um robô cão, que simula todas as ações de um cachorro, tornando-se uma opção aqueles que não podem ter um animalzinho de verdade. No projeto desenvolvido na UFMT ainda não foram produzidos protótipos tão sofisticados. Os robôs trabalham com algoritmos de busca inteligente, que é uma espécie de programa instalado na máquina contendo as ações a serem desenvolvidas por ele. De maneira aleatória um objeto, como, por exemplo uma bola, é colocado em determinado local, e o robô deve encontrá-la. Caso alguém queira “trapaceá-lo” ele identifica que não há um objeto no local. Esperto não?!
Os resultados obtidos até agora são animadores. Os acadêmicos já levaram o nome do projeto a diversos congressos e feiras de informática e robótica. Em novembro de 2012 participaram do congresso Escola Regional de Informática Norte Três (ERIN 3), em Rondônia. Nesse evento, apresentaram um trabalho escrito sobre o projeto e, ganharam premiação na categoria melhor artigo curto, “o que nos motivou a produzir e participar de mais congressos da área”, ressalta Gil. No próximo dia 6 julho os três irão embarcar para São Caetano do Sul-SP, para participar da nona edição do Robocore - Winter Challange, e concorrer na categoria Sumô Lego, de robôs automáticos de até um quilo.
A robótica é uma área em expansão no Brasil, prova disso é o interesse maciço dos alunos em participar do projeto, mesmo com voluntários, como afirma a coordenadora Livia Lopes Azevedo.


Texto: Larissa Ferreira
Fotos: Larissa Ferreira

0 comentários: