Prof. Dr. Luís Bitante |
Voltamos às
nossas atividades com a esperança de que o governo iria sentar para construir
uma proposta de carreira que atendesse aos interesses da categoria e que
levasse a condições de trabalho mais humana e menos aviltada. Deu-se o início
de 2012 e vários foram os acontecimentos que levaram a um breve período de
total passividade por parte dos docentes. Negociações mal sucedidas, morte do
interlocutor do governo e os míseros 4% de aumento e incorporação da gratificação
por titulação no contra cheque, somado ao descaso do governo com a categoria
foi o suficiente para acender a ponto de um pavio que explodiu em uma das
maiores greves da categoria, que perdurou por 120 dias. Saímos às ruas,
respondemos às provocações do governo e da mídia, lutamos por uma causa justa
da qual tínhamos e temos total convicção.
O tempo foi passando e as negociações se
tornando cada vez mais duras, por parte do governo e, por meio de um acordo
imoral com o Proifes (um falso sindicato que não tem representatividade) a
greve foi sendo minada em suas bases. A democracia, das bases, construída no
fortalecimento da greve é que gerou seu fim. Voltamos às nossas atividades com
mais uma promessa de uma reestruturação da carreira. Em minha opinião, o
movimento grevista, ao mesmo tempo em que, exaltou os professores e nos fez
enxergarmos como Classe (na concepção clássica do marxismo), também nos fez,
como categoria, sentirmos desmoralizados e desvalorizados pela mídia, pelo
governo e pela sociedade. Espero que eu esteja errado, pois sei que em breve
teremos que levantarmos novamente nossa bandeira. Com que força?
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