5 de dezembro de 2012

Crônica - Nostalgia de ser feliz


Celiomar Porfírio
Acadêmico de Jornalismo
Acordei bem cedo hoje, com uma enorme nostalgia de ser feliz. Era necessário ir trabalhar e, por isso, tratei de me aprontar o mais rápido possível para não chegar atrasado. O caminho até o trabalho não é tão distante e do meu carro observo a cidade.

No trabalho ocorreu tudo como sempre. Final da tarde, antes de ir para casa, resolvo ir a um quiosque para pensar um pouco e, também, para descansar.

Ao chegar lá observo que há uma pessoa a pedir moedas e/ou alimento. Um senhor de meia idade, deveria ter seus 50 ou 55 anos, moreno, barba grande, mal vestido e com cara de fome.


Observei que quando ele chegava à mesa para pedir, as pessoas o ignoravam, ou diziam que não podiam ajudar

O dono do quiosque começa a se irritar, pois subentende que o pobre pedinte estava a incomodar seus clientes e o pede para que ele se afaste e deixe as pessoas em paz. Porém, o pedinte se recusa a sair, afirmando que está com muita fome.

O homem de barba grande oferece resistência, e o dono do bar chama dois garçons e o tiram do quiosque à força. Todos ignoraram tal cena.

Depois dos ânimos se acalmarem, observo que chega um cachorro, até me lembrei do homem que estava pedindo há pouco, pois as atitudes e a situação eram muito semelhantes. O cachorro, com cara de fome, assim como o pobre homem, chegava em cada mesa, mas ao

contrário do homem, em parte considerável das mesas, foi atendido com comida. Todos ficaram com dó do pobre animal.

Fiquei me questionando, ao observar a cena. Seria possível um cachorro valer mais que um homem? O próprio homem não se compadece com o sofrimento de seu semelhante? A minha nostalgia de ser feliz deve-se ao fato do ser humano não ver mais o homem como seu semelhante, como observei na atitude das pessoas que estavam no quiosque.





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