5 de dezembro de 2012

Campus do Araguaia terá o primeiro planetário de Mato Grosso

Ao entrarmos no Campus da UFMT em Barra do Garças, à esquerda do portão principal, já podemos visualizar as obras do primeiro planetário do Estado de Mato Grosso, denominado Centro de Vivência Científica e Cultural. Esse será um espaço para a comunidade observar imagens reais de estrelas, planetas e constelações, assistir a filmes em 3D que simulam o céu e shows celestes, e para professores e estudantes da Universidade pesquisarem astronomia.

O Centro de Vivência Científica e Cultural trará ao Campus benefícios científicos, educacionais, turísticos e avanço tecnológico para a região do Araguaia. Em momento inicial abrirá para visitação duas vezes por semana, gratuitamente. As escolas da região poderão agendar visitas, com a supervisão de professores. O planetário, com capacidade para abrigar 65 pessoas, ficará sob supervisão da pró-reitoria e das coordenações de graduação e pesquisa do Campus.

Primeiro planetário de Mato Grosso em construção no Campus do Araguaia, unidade de Barra do Garças
Projeto em forma de disco voador

Além de ser o primeiro planetário do estado, este também será o primeiro planetário do Brasil a ter forma de disco voador, destaca o autor e arquiteto do projeto, Dionísio Carlos. Ele explica que o projeto inicialmente abarcava algo mais amplo que um planetário e foi criado para complementar o Discoporto, que é uma reserva, localizada no Parque Estadual da Serra Azul. Foi uma iniciativa do vereador Valdon Varjão, motivado por inúmeras histórias de objetos não identificados no céu de Barra do Garças. Visando combinar o cenário místico com as histórias, o projeto do planetário tornou-se muito requisitado pelas lideranças locais.

Para a construção do planetário, a UFMT/CUA trabalhou durante três anos para obter recursos do Governo Federal, via Ministério da Educação (MEC). Adaptou a ideia para a dimensão do Campus e colocou à frente do projeto os professores do curso de Física, George Barbosa da Silva, Nara Cristina de Souza e Josmary Rodrigues Silva, e de Geografia, Sandro Cristiano de Melo. A construção do Centro de Vivência Científica e Cultural no Campus é, segundo o pró-reitor José Marques Pessoa, estratégica para aumentar a circulação de pessoas no campus e dar vida à Universidade.

Conhecendo o planetário

Segundo o astrônomo mato-grossense Eduardo Baldaci são os equipamentos e a equipe de execução que diferenciam um planetário de outro. Cada planetário tem sua arquitetura, mas todos são compostos essencialmente por uma cúpula, onde é fixado o equipamento de projeção que simula o céu conforme hora e data estabelecida.

O Centro de Vivência Científica e Cultural, assim como a maioria dos planetários, também contará com uma cafeteria e uma Praça da Ciência para estimular a visita da comunidade. 

O equipamento de projeção comprado é da empresa brasileira Sphera Planetária e será operado por técnicos, professores e alunos voluntários do Campus que terão cursos e aulas de capacitação.

Para que um planetário?

Além de prestar consultas de fenômenos astronômicos, como eclipses, chuvas de meteoros, alinhamentos planetários e outros, o planetário tem como objetivo maior a divulgação da astronomia. Através das visitas, o público em geral tem acesso aos conceitos astronômicos, além de poder participar de cursos das diversas áreas da astronomia. Assim, busca-se difundir a ciência e mostrar a importância da pesquisa científica, ressalta o diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Planetários (ABP), Sandro Gomes.

No Campus Universitário do Araguaia, conforme a professora de Física Nara Cristinade Souza, existe um projeto de extensão sobre Astronomia, ofertado desde 2009 pelo curso de Física, com aulas aos sábados e com observações celestes. Há, também, matérias optativas sobre astronomia oferecidas nos cursos de Geografia e de Física.

Com o funcionamento do Planetário, essas iniciativas deverão ser ampliadas, beneficiando também a comunidade e principalmente estudantes, que terão acesso desde cedo à pesquisa científica.

SAIBA MAIS:
O único planetário aberto  ao público no Brasil até  1970 era o do Parque do  Ibirapuera, em São Paulo.  Atualmente, existem 34   planetários no Brasil. Em Cuiabá, o planetário ainda é um projeto e não tem data prevista para construção. O  planetário mais próximo da região de Barra do Garças é o da Universidade Federal de Goiás, construído em 1970,
com capacidade para 120   


pessoas.
Texto: Augusto Bozz e Gracielle Soares
Foto: Graci Sá

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