Franciele Carolina Strege Acadêmica do 6º de Jornalismo |
Um filme monótono e entediante. Essa é a sensação que se tem ao assistir as primeiras cenas do longa-metragem Boa Noite e Boa Sorte. No entanto, não se engane! Por trás do efeito nebuloso e insosso, ocasionado pelo ambiente fechado, quase que claustrofóbico, onde se passa todo o filme, encontramos uma produção de valor singular, recheada de fortes críticas.
Baseado em fatos reais, Boa noite e Boa sorte, (Good Nigth, and Good Luck, 2005), segundo filme dirigido pelo conceituado ator de Hollywood, George Cloney, documenta um importante momento histórico tanto para os Estados Unidos como para a mídia em geral. Uma época conhecida como Marcathismo, em que poderosos como o senador Josehp McCarth perseguiam e puniam quem ousasse desafiá-los, taxando-os de comunistas.
Boa Noite e Boa Sorte vem narrar justamente o conflito entre o senador Hoseph McCath e o jornalista norte-americano Edward R.(David Strathairn) que juntamente com sua equipe, entre eles, o produtor Fred Friendly (George Clooney), o redator Don Hollenbeck ( Ray Wise), Joey (Robert Downey Jr) e Shirley Wershba (Patricia Clarkson), descobre que o governo não tem provas sobre acusações que faz contra os supostos comunistas. O que o leva a denunciar, através de seu programa “See It Now”, na importante rede de televisão CBS, as injustiças cometidas pelo político.
Incisivo e sério o filme destaca-se especialmente pelo seu roteiro composto por diálogos bem construídos, polêmicos e incontestavelmente inteligentes, que aliado a bela fotografia em preto e branco, o que permitiu ao diretor utilizar cenas do próprio senador McCarthy no filme, retratam a realidade dos bastidores políticos da tv americana nos anos 50, documentando de forma bem verídica a luta pela
liberdade de imprensa.
liberdade de imprensa.
Trata-se de um filme extremamente objetivo, onde o diretor, sem dramatizar muito, retrata o papel que um jornalista ético e comprometido com a verdade e o preço que conseqüentemente ele pagará por isso. O teor argumentativo e os diálogos um tanto quanto complexos da obra, são elementos que decepcionará quem espera do filme, apenas fortes emoções, romance ou uma história “mastigada”.
Para finalizar, vale ressaltar, que o filme além de um texto poderosíssimo, ainda tem o mérito de nos revelar os bastidores por trás das câmeras, o jogo de interesses, e a influência dos políticos e dos poderosos sob os meios de comunicação. Uma forte crítica a mídia massificada e a sujeira que muitas vezes ocorre no ambiente jornalístico. Só esta reflexão já justificaria a apreciação da obra.
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Texto: Franciele Carolina Strege
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