1 de dezembro de 2010

Retrato de um poeta da UFMT

Reportagem de Graziely Moessa 

Daniel Leite Almeida, poeta, escritor e acadêmico do 2º ano de Letras, Campus II do Araguaia, nasceu no dia 23 de maio de 1991, na cidade de Aragarças (GO), começou a escrever poesias com 12 anos, sempre gostou de ler e tem fascínio por ficção. A prosa é seu gênero literário favorito. 
Daniel escrevia poesias, mas nunca pensou em  inscrevê-las em concursos.  Adenil Claro, professor e coordenador do curso de jornalismo do campus, sempre foi seu incentivador e em 2009, orientou-o a inscrever suas poesias em concursos. Três prêmios já foram conquistados.  O primeiro dos concursos que participou foi realizado pela empresa Garças e Pesca, com o tema “Saudades”. Daniel conquistou o terceiro lugar. Com o poema “A voz do poeta” foi vencedor do prêmio “Professor Sérgio Dalate”, oferecido pela UFMT, campus de Cuiabá. Neste ano, participou de um concurso internacional “O Cancioneiro” organizado pelo Instituto Piaget, na cidade de Almada, Portugal. O poema de Daniel, “Canção da Despedida”, foi classificado e publicado no volume XV do Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. 
Para conhecer um pouco mais deste poeta da UFMT, o jornal Info Campus foi conversar com Daniel. Confira a seguir o conteúdo da entrevista.

Quais são as principais dificuldades apresentadas em sua vida como escritor? 
Acho que a maior dificuldade para qualquer pessoa que escreve é a falta de incentivo. Porque a pessoa escreve, mas não sabe se aquilo pode se tornar profissão. Mesmo que ela tenha aptidão e uma vontade louca de escrever, senão houver incentivo, a paixão vai se enterrando, se guardando em um baú. Às vezes, o escritor nem pensa que poderá viver da poesia financeiramente, por isso, acaba desistindo e vai fazer outra coisa. O principal obstáculo e o principal desafio é, realmente, a falta de incentivo, que pode ser em múltiplos aspectos, tanto dentro de casa, quando os pais não incentivam, como do governo. A falta de apoio é geral.

Conta um pouco do concurso internacional, como foi escrever o poema premiado?
O poema que venceu eu escrevi em um dia que eu estava muito inspirado. Eu resolvi falar sobre a perda de um amor. Imagino que um casal que se separa, é como se o amor fosse sepultado. Então, decidi contar a história de um casal que tinha se separado. Aí vem todo esse sentimento de sepultura do amor. Escrevi e mandei. Além dessa, que venceu o concurso, eu mandei outras poesias para concorrer também. Um dia eu estava no Encontro Matogrossense de Estudantes de Letras e lembrei que naquele dia sairia o resultado. Com muito custo eu tive acesso a internet. Quando eu olhei o resultado, foi uma surpresa. Para mim foi inacreditável verificar numa lista de classificados que meu nome estava lá. Minha poesia estava classificada em um concurso internacional. Fiquei muito feliz.

Quais foram a premiações do concurso? 
Foi o certificado e publicação no livro.

Você não foi Portugal receber o prêmio, por quê? 
Pela falta de incentivo. Eu corri atrás de alguns governantes, fui atrás de deputados, vereadores e realmente eu não percebi  interesse por parte deles de representar Mato Grosso, nem Barra do Garças, nem o Brasil,  em um país estrangeiro. Infelizmente.

E a UFMT?  
Solicitei o auxílio evento da universidade para eu viajar e receber a premiação. Encaminharam o pedido por vários departamentos, muita burocracia. Por fim, não deu em nada. Disseram que estava em cima da hora para requerer a assistência. Interesse aqui na universidade é um pouco complicado. Recebi muitos incentivos dos professores, mas eles sozinhos não conseguem milagres.

Como foi a descoberta da poesia? 
Acho que para quem escreve não tem um momento certo. Quando eu era criança eu escrevia versos, que minha mãe guarda até hoje. Quando eu olho para eles hoje, acho meio piegas, sem graça. Esses versos foram os primeiros textos que eu realmente produzi. Neste momento decidi que me dedicaria à prosa, porque é um estilo que gosto. No ano passado me “deu a louca” de começar a me envolver mesmo com a poesia. As únicas poesias que tenho guardadas, além das que minha mãe guardou de criança, são as que eu escrevi no ano passado que foram inscritas nos prêmios e que venceram.

As pessoas que mais te influenciam? 
As pessoas que me mais me influenciam são meus pais, sempre me deram a liberdade de eu fazer aquilo que gosto e  escolho. Sempre se mostraram muito felizes com o que eu gosto e nunca se opuseram em nada.

Como é sua vida acadêmica? 
Sou bolsista, estou no segundo ano de Letras, participo de vários projetos da Universidade.  Minha vontade é me especializar na literatura.

Autores que te influenciam? 
Todo escritor contemporâneo é friccionado pela segunda geração do romantismo, o byronismo. Gosto muito do estilo da segunda geração romântica: como Álvares de Azevedo. Meu favorito é Casimiro de Abreu. Eu gosto da literatura contemporânea.

Como você se define?
 Sou várias pessoas dentro de uma.

Conselho para os futuros escritores...  
Deve persistir nos sonhos, não se abalar com os nãos, porque eles serão muitos. E lutar contra tudo e todos. Seguir seus ideais e buscar sempre o mais importante, que é estudar.

2 comentários:

Daniel Leite Almeida disse...

Parabén Grazy!!! A matéria ficou muito interessante. Digno de uma jornalista! Você está no caminho certo.

Sucesso,

Daniel Leite Almeida.

Unknown disse...

Parabéns Graziely Moessa!
A matéria sobre o Daniel ficou ótima,ele merece reconhecimento.
Além de ser um ótimo escritor é uma pessoa maravilhosa.