21 de novembro de 2011

O estudante por de trás dos bits

Uma ‘lenda’ é desvendada no curso de Ciência Computação. Aluno da Universidade Federal de Mato Grosso consegue 100% de aproveitamento no curso, mas não se considera um Nerd.


Raphael prefere jogos de aventura e corrida e, no futuro pretende
cursar Engenharia da Computação.
Sabe aquele colega, que mesmo sem se esforçar muito tira as melhores notas de toda a classe? Ou quandouma novidade tecnológica surge ele é o primeiro a ter? Pois bem, se você algum dia sentiu inveja de um colega assim, saiba que esses mesmos que hoje são tidos como modelo, outrora forama escória da classe estudantil: os NERDS.
Durante os anossessenta os Nerds eram tratados de forma pejorativa. Porém durante a década de oitenta essa história passa a tomar rumos diferentes, principalmente após a ascensão de Bill Gates, por de trás da patente da promissora, Microsoft Windows e o advento da internet, que proporcionou maior interação entre as pessoas. Gates tornou-se um grande ídolo para toda uma geração e um exemplo a ser seguido por muitos jovens que almejavam fortuna ou status social. Foi em uma palestra dada por eleque a campanha pró-Nerds ganhou força: “Seja legal com os Nerds. Existe uma grande possibilidade de você vir a trabalhar para um deles”, defendia Gates.
Com roupas coloridas, cabelo perfeitamente alinhado, aparelhos ortodônticos e óculos de fundo de garrafa... Assim é o Nerd retratado no cinema no filme a Vingança dos NERDs nos anos oitenta. Um estereótipo já ultrapassadoatualmente a exemplo do mais jovem bilionário do mundo de acordo com a revista Forbs: Mark Zuckerberg, criador da rede social pop do momento, o Facebook.
Aqui na Universidade Federal de Mato Grosso, unidade de Barra do Garças-MT, há no cursoem Ciência da Computação, a ‘Lenda’: Raphael Voltoline Ramos, 20, estudante do 6º período que foi apelidadoassim pelos colegas por ser o ÚNICO aluno do curso a ter 100% de aproveitamento nas disciplinas e obter médias superiores a 90.
Raphael é natural de Barra do Garças, mas passou a infância em Araguaiana-MT, cidade  que possui pouco mais de três mil habitantes e preserva características interioranas em que vizinhos ainda são amigos, e mantêm contato.
Quando pequeno gostava de jogar vídeo game, preferencialmente jogos de aventura e corrida. Nos esportes não se dava muito bem apesar do esforço. Por problemas ósseos nos pés o cuidado era redobrado, mas conseguiu seadaptar ao voleibol. Que além de exigir menos movimentação, não estabelece muito contato entre jogadores, conta Raphael. Aos quatorze anos de idade surge sua primeira oportunidade de trabalho em uma papelaria.Desde o ensino médio a predileção por exatas despontou, mas sem deixar de se esforçar nas outras áreas. Com boas notas conseguiudestaque entre os colegas.
Na sua vida acadêmica já foi bolsista de iniciação científica no projeto: “Roteamento e redes de sensores sem fio”, hoje atua como voluntário. Descontraído, revela a vontade de muitos de seus colegas em conseguir patentear uma descoberta tecnológica e ficar milionário antes mesmo de terminar o curso. 
Um rapaz como a maioria dos de sua idade, de bermudão, camiseta e boné, diz não se apegar muito com a aparência, podendo às vezes até ser confundido com um homem das cavernas, por ser ‘largadão’. Quando o assunto é sua vida sentimental, Raphael gagueja e logo muda de assunto, enquanto desvenda seu fascínio por tecnologia e exatas.
Confira a entrevista cedida ao InfoCampus:
IC: O curso de Ciência da Computação foi o que sempre quis cursar?
Raphael: Na verdade sempre me interessei por tecnologia, escolhi Ciência da Computação pela proximidade e localidade do Curso. Pretendo fazer também Engenharia da Computação.

IC: O que você destaca como relevante no Curso de Ciência da Computação?
Raphael:O fato de um curso  mostrar de tudo um pouco da computação. Oferece um leque de opções na área, cabendo ao futuro profissional se especializar em uma de seu gosto.
IC: De acordo com seus conhecimentos, qual seria o perfil de um aluno e/ou profissional da área de computação?
Raphael: O perfil de um estudante de C.C é gostar muito de exatas e ter curiosidade aguçada. Correr atrás de conteúdo, só o de sala não é suficiente.


IC: Como você considera sua personalidade enquanto estudante? Nerd, intelectual, CDF?
Raphael: Não me considero nenhum gênio. Só aproveito a chance de estar ingressado em uma Universidade Federal, em um curso na área que gosto. Muitos me chamam de Nerd, pra mim esse é uma pessoa que não sai da frente de um livro. Eu estudo, me dedico, mas não fico 24 horas na frente dos livros. Tenho facilidade de aprender as coisas
IC: Quantas horas estuda por dia?
Raphael: O meu curso é integral (manhã e tarde), na maioria dos dias. Em casa, leio os conteúdos, reviso e procuro sempre alguma coisa a mais.
IC: Quais as maiores dificuldades encontradas no seu desenvolvimento com o curso?
Raphael: Dificuldades pesadas não encontro, só um pouco nas disciplinas teóricas, me saio melhor na prática.


IC: Que atividades você faz na hora do lazer?
Raphael: Festas, passeios, academia. No início dos estudos, eu nem saia, me empenhava mais, por não conhecer o ritmo dos professores, da faculdade.

Fique por dentro de alguns grupos e subgrupos de Nerds:
NERDs
São pessoas fissuradas em tecnologia, computação, ficção científica, como Star Wars e quadrinhos também. Podendo não se sair bem na escola, tendo em vista sua autonomia e autossuficiência a ponto de não se preocuparem com tarefas mais metódicas como, por exemplo, o dever de casa.
CDFs
Os crânios-de-ferro, ou cabeças-de-ferro, são pessoas que se interessam sobre assuntos variados e sempre estão à frente quando surge alguma novidade. Dedicam-se muito na escola, geralmente para agradar um professor ou manter uma regularidade no boletim.É mais usado aqui no Brasil.
GEEKs
São tidos como a evolução dos Nerds. Possuem as mesmas características que os seus ‘antepassados’, porém, com mais habilidades sociais.





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 Texto: MurylloSimom e Sckarleth Martins
Foto: Sckarleth Martins

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