13 de dezembro de 2010

Carona: uma alternativa devido à falta de ônibus

Faltam ônibus para atender à demanda dos universitários da UFMT. O transporte alternativo, a carona, é a solução.

Foto: Aline Cavalcante
Estudantes pegando carona próximo ao Posto Fiscal de
Pontal do Araguaia.
A UFMT tem hoje dois Campi, um no Pontal do Araguaia e outro em Barra do Garças (MT). No primeiro, falta ônibus aos sábados ,e no segundo, não existe um itinerário específico para o transporte dos estudantes. 
O Campus I fica em Pontal do Araguaia, a 5 km do centro de Barra do Garças e conta com um único ônibus de segunda a sexta-feira, nos horários de início e término das aulas, com uma viagem adicional na hora do intervalo no período noturno. 
Os universitários reclamam da falta de ônibus no Campus I e da sua demora. Há relatos de estudantes que estavam sem aulas e tiveram que esperar por duas horas pelo próximo coletivo. A universitária Grazielli Madalosso, que cursa o primeiro ano de Ciências Biológicas em Pontal do Araguaia, comentou: “Tenho aula todos os sábados e falta ônibus, fico dependendo de carona e quando não consigo, vou andando”. A distância da entrada da cidade de Pontal para o Campus I é de cerca de 3 km.
O Campus II está localizado em Barra do Garças, na BR 070, próximo à saída para Nova Xavantina, a 6 km do centro da cidade e em frente a dois postos de gasolina. Não há, como no Campus I, uma linha de ônibus exclusiva para levar os estudantes à universidade. Estes ocupam espaços nos ônibus das linhas que vão à Vila Maria e ao Jardim Nova Barra. Como os veículos não entram na instituição, os acadêmicos são obrigados a desembarcar às margens da BR, em frente ao portão do Campus. O embarque também acontece às margens da BR, obrigando, muitas vezes, os acadêmicos a atravessarem a rodovia. A falta de ponto de ônibus facilita o assédio por caminhoneiros e outros motoristas, já que o lugar é conhecido por ter sido ponto de prostituição. Além disso, existe o risco de acidentes e atropelamento e há falta de proteção em dias chuvosos.
Neste Campus, mesmo não havendo uma linha exclusiva, há maior frequência no horário de ônibus que fazem o trajeto do centro à Universidade, pois existem ônibus que passam a cada 30 minutos na rodovia.
Diante desses problemas, a carona é uma alternativa nos dois Campi da UFMT. De moto ou de carro, vários estudantes já têm o hábito de oferecer transporte ou de solicitar essa ajuda, principalmente no horário de intervalo das aulas. Alunos e mesmo professores são “caroneiros” frequentes.

Os ofícios vão e vêm
Atualmente, a Garçastur é a única empresa de transporte coletivo a operar na região de Barra do Garças, Pontal do Araguaia e Aragarças. Paulo Augusto de Sousa é o proprietário da empresa e disse que a Garçastur presta serviço sem qualquer apoio do poder público municipal. 
Ilustração: Grazy MoessaA falta de apoio público obriga a empresa a desembolsar a metade do valor do passe para o estudante, no custo de R$1,15. Ele destaca que a Lei Nº 881 de 1984, determina e regulamenta o direito do estudante de pagar meia passagem. “Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro as empresas de transporte recebem auxílio do governo”, declara Sousa.  “Já em Barra do Garças o poder público se omite da sua parcela de responsabilidade com o estudante”.  Evidencia ainda o proprietário que a Garçastur não pode pensar apenas nos universitários e colocar mais e exclusivos ônibus fazendo este trajeto, “Isso deixaria a sociedade, no geral, com menos ônibus”, afirmou. “Outro agravante é a falta de compromisso por parte dos universitários que aprenderam a pegar carona e estão deixando de usar o transporte coletivo”, afirmou Sousa.
Considerando fatores como risco de acidentes envolvendo os universitários ao atravessarem a BR, assédio 
dos caminhoneiros e motoristas sobre as acadêmicas do Campus II e a chuva, o Pró-Reitor, professor doutor José Pessoa, encaminhou um ofício ainda no começo deste ano para Paulo Augusto, no qual solicitou que os ônibus entrassem nas dependências do Campus para o desembarque dos universitários. Em resposta, também por meio de oficio, o empresário, advogado e dono da Garçastur sugeriu ao Pró-Reitor a construção de uma passarela suspensa, por onde os universitários poderiam atravessar a BR em segurança e chegar a um ponto de ônibus coberto, protegidos da chuva. 

Aline Cavalcante e Arnaldo Müchel

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