17 de agosto de 2013

Trabalho voluntário salva vidas de animais em Barra do Garças

Há 13 anos, Garrincha dedica parte de seu tempo aos animais da ONG
É só pegar a  rua Amazonas, rumo à cidade de Araguaiana, para encontrar uma modesta, mas acolhedora ONG que cuida de animais. A organização recebe espécies silvestres machucadas e resgata animais domésticos abandonados ou vítimas de maus tratos.
A “Associação Amigos dos Animais” foi idealizada em 2003 por José Francisco, o Garrincha, como é conhecido popularmente. Para ele, Barra do Graças necessitava de um lugar assim: “Muitos animais eram abandonados ou sofriam acidentes e tinham que ser transportados para Goiânia ou Cuiabá”, diz.
Araras, catetos, cobras, tucanos, gaviões, avestruzes, quatis, cachorros, gansos e até jacarés são alguns dos bichos que podem ser encontrados na associação. O funcionamento não é igual ao de um zoológico, mas o espaço é aberto ao público, que pode visitar, conhecer o projeto e fazer doações.
A associação recebe em média seis animais por semana. O trabalho de cuidado e recuperação é feito rapidamente, para que o animal volte para seu habitat, ou seja adotado. Garrincha explica que alguns deles não têm condições de voltar ao seu espaço de origem. É o caso de araras sem asas ou cobras machucadas.
Nestas situações, a ONG abriga-os e continua dando-lhes assistência.

Dificuldades

A associação enfrenta muitas dificuldades, como a falta de dinheiro e de espaço adequado para algumas
Estudantes de Medicina Veterinária da UNIVAR da
esenvolvem atividades de extensão com os pets
espécies. Conta Garrincha, que animais grandes, como onças e antas, muitas vezes necessitadas de ajuda, não são recolhidos pela ONG, por ela não ter uma estrutura adequada. “Se pegamos esses animais, eles devem ser logo avaliados, tratados por um veterinário e devolvidos ao seu habitat”, explica. A organização recebe doações de supermercados, postos de combustível e de qualquer um que esteja disposto a contribuir. 
Entre os colaboradores, estão veterinários, biólogos e estudantes de medicina veterinária, que além de ajudar, têm a oportunidade de colocar em prática as teorias aprendidas em sala de aula. Daiane Barros, aluna do 6º semestre de medicina veterinária, nas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia (UNIVAR) é uma das voluntárias do projeto. Para ela, a experiência é enriquecedora. “Tudo que a gente vê em sala de aula aplica aqui, tanto na questão de anatomia, fisiologia, primeiros socorros dos petes e também dos silvestres. É um aprendizado total”, ressalta.
Quem auxilia Garrincha na manutenção do espaço são voluntários que trabalham lavando as baias, alimentando os animais e conservando o lugar organizado. Luciano Ferreira foi um desses funcionários e afirma: “Mexer com os animais é muito bom! Para mim, isso aqui é minha paixão, minha vida, minha experiência”, diz.

Texto: Gracielle Soares e Muryllo Simon
Fotos: Edevilson Arneiro e Gilson Costa

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