6 de dezembro de 2012

Grupo Reviver é exemplo de disposição na melhor idade


O Grupo Reviver surgiu com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de idosos de Barra do Garças. A ideia veio através de um Programa de Extensão do Campus Universitário do Araguaia/UFMT, coordenado pela técnica em administração Gláucia Rocha Olivieri. Quando foi criado, em 1997, cerca de 35 idosos, de ambos os sexos, entre 50 e 70 anos, participavam do projeto. Hoje o grupo é formado por 40 mulheres, algumas com mais de 80 anos, e é aberto à participação da comunidade.

O grupo sempre intercala suas atividades com um chá
O grupo reúne-se para realizar oficinas de artes, programas de atividade física, dança circular e, duas vezes por semana, na sede da academia Atlhas – Saúde e Movimento, para a prática de yoga. Cada integrante do grupo contribui com um valor mensal de R$ 40 o que lhe garante o direito de participar das atividades.

Para a professora de yoga e dança circular, Nara Regina Carneiro Marques, se a prática dessas atividades deixar de existir, os idosos podem apresentar regressão no seu desenvolvimento físico e psicológico. As atividades ajudam na mobilidade do corpo, no aumento do equilíbrio, na prevenção do stress e no fortalecimento do sistema respiratório, muscular e cardiovascular.
Alunas da professora Nara Regina em aula de yoga

Benedicta Franco Cinquini, conhecida por dona Ditinha, participa do Grupo há 10 anos e destaca: “a maior dificuldade do ser humano na nossa idade é a preguiça e a comodidade”. Ela, porém, briga contra essa preguiça, e não deixa as atividades físicas de lado. Além das aulas de yoga do grupo Reviver, ela pratica hidroginástica duas vezes por semana. “Na melhor idade o corpo vai endurecendo, é como uma peça, que se não for usada e cuidada enferruja, se não estiver em movimento pode nos impossibilitar de realizar
as atividades do dia a dia”, diz.

As viagens

Além das atividades acima citadas, o grupo também realiza viagens para lugares turísticos. Em outubro de 2011 o destino foi Poços de Caldas - Minas Gerais. Neste ano elas irão a Gramado, no Rio Grande do
Sul, conhecer o Natal Luz. As viagens além de proporcionarem maior interação entre participantes do grupo, trazem a oportunidade de conhecer novas culturas através das cidades visitadas.

Norma Potter, 75, há 14 anos no Grupo, já participou de diversas viagens e destaca que interage mais com os colegas durante esses passeios. Nas viagens, as atividades físicas não ficam esquecidas, elas realizam o yoga e as caminhadas matinais, em locais públicos.

Para a realização desses passeios é preciso buscar fontes de renda. Inicialmente a professora Nara buscou
na promoção de eventos uma forma de arrecadar fundos que possibilitassem as viagens. “Nós promovíamos muitos eventos, porém a idade deles foi aumentando e foi ficando mais difícil.”, diz. Atualmente o Grupo faz uma espécie de consórcio anual para reunir o dinheiro que custeia suas viagens. Norma sugeriu que abrissem uma conta conjunta e fizessem um depósito por mês. “Ao chegar o fim do
ano, tudo que arrecadamos é para pagar as diversas despesas com as viagens”, conta a integrante do grupo.

A satisfação

A coordenadora do projeto, Gláucia Rocha Olivieri, diz que o principal benefício das atividades é a estreita relação de afeto e amizade que se constrói entre os idosos. “Quando iniciamos o trabalho com o Grupo, tínhamos contato com pessoas inseguras, que temiam sair de casa. Hoje o grupo está autossuficiente, elas sabem o que querem e querem o melhor”. Para Glaúcia, levar esse projeto adiante , há tanto tempo, é uma grande realização “me dignifica trabalhar com este grupo”, diz.

Norma Potter destaca: “Na nossa idade, a tendência é ficarmos em casa, isoladas. O convívio com outras pessoas é algo positivo para rejuvenescermos”. Benecdita Franco completa dizendo que a convivência com as outras idosas é um estímulo, “cada uma tem uma forma de enfrentar seus problemas e unidas fica mais fácil, somado ao auxílio da professora”.

Chamando as alunas carinhosamente de “Minhas meninas”, a professora Nara sente-se realizada profissionalmente por trabalhar com essa faixa etária e diz que quer chegar à idade de “suas meninas”, com a mesma disposição.

Texto: Larissa Rosa 
Colaboração: Larissa Ferreira e Muryllo Simon
Foto: Larissa Rosa










1 comentários:

Erika Blayney disse...

Esqueceram de deixar telefone de contato e email na materia. Como encontrar vocês?